COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO E
FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA - UM ESTUDO EM EMPRESAS DE ARQUITETURA E URBANISMO
DE CASCAVEL (PR) - MEF34303 - IR
SABRINA DENARDI *
LUCAS PRÉCOMA LORENZINI **
INTRODUÇÃO
Se existe maior desafio para a administração do que a
tomada de decisão é a estratégia que será adotada para tal. Wright, Kroll e Parnell (2010) afirmam
que os administradores não possuem maior desafio do que o da administração
estratégica. A condução de uma organização complexa com ambiente dinâmico e com
rápidas mudanças requer melhores julgamentos e esse é um dos grandes desafios
para o administrador em sua gestão. Manter uma estratégia na organização,
muitas vezes, está ligado intimamente às experiências do gestor. Santana, Mário
e Sediyama (2009) relatam que tais experiências se
apresentam em termos de orientações do passado, presente e futuro, hábitos,
julgamentos e até mesmo projeções que vão influenciar o comportamento
estratégico da organização.
Lobato et al. (2009)
relatam que as estratégias são resultados de processos de planejamento formal,
disposto em vários passos e feito de forma controlada, ou seja, são ações
pensadas e estruturadas que o administrador toma visando a um melhor
desenvolvimento empresarial. Oliveira (2014) é concordante com a ideia e diz
que as estratégias são formuladas com base nos objetivos, metas e desafios
estabelecidos, identificada no diagnóstico estratégico e respeitando os
valores, missão e visão, além dos propósitos da empresa. Wright, Kroll e Parnell (2010) finalizam
a ideia entendendo que estratégias são planos da administração para alcançar
seus objetivos, mas sempre agindo conforme a missão da empresa.
O uso da estratégia no meio empresarial exige que as
decisões sejam tanto em curto como em longo prazo, sendo necessário um
planejamento estratégico. Chiavenato e Sapiro (2003) mencionam que planejamento estratégico está
relacionado com os objetivos da organização, sejam eles de curto ou de longo
prazo. Dentro de um planejamento estratégico bem elaborado, a definição do
preço de venda dos produtos e ou serviços é primordial para o bom andamento
empresarial. Leão (2008) diz que maior causa de pouco tempo de sobrevivência de
uma empresa é a má-formação de preço de seus produtos e serviços.
Tendo em vista que a competição no mercado é cada vez
mais acirrada, uma formação de preços mais coerente ajuda a manter o equilíbrio
comercial da organização. Corroborando com essa ideia, Canever
(2008) relata que a formação de preço é a chave para o sucesso, pois é com ele
que a empresa poderá planejar o futuro e diminuir as suas incertezas. Logo, a
estratégia de formação de preços está intimamente ligada ao comportamento
estratégico da organização, pois define a relação que a organização pretende
ter com o seu ambiente de atuação. Oliveira (2014) relata que a empresa deve
estar ligada intimamente com o seu ambiente, buscando definir e operacionalizar
estratégias e afirma que o comportamento estratégico está voltado para a
otimização da empresa, tanto no ambiente externo e interno. Com o mesmo
pensamento, Bethlem (2003) destaca a importância de
ajustar o comportamento estratégico com a maneira de pensar e agir diante das
mudanças, sejam elas dentro da empresa e até mesmo fora dela.
Outros estudos, como o de Ribeiro, Rossetto e Verdinelli (2011),
Gimenez (1998), Gimenez et al. (1999), Bott
(2006), Martignago et al. (2005), Rosetto (2000) e Somavilla et al. (2013),
abordaram o comportamento estratégico em empresas, no entanto, nenhum deles em
específico aborda a atividade escolhida para desenvolvimento deste estudo nem
com foco na estratégia de formação do preço de venda. Os estudos, como o de Scheer e Cararo (2004) e Cararo e Wille (2006), abordaram
a formação do preço de venda na atividade de arquitetura e urbanismo, porém não
foi feita a relação com o comportamento estratégico delas.
Diante do exposto, tem-se como pergunta para essa
pesquisa: Qual a tipologia do comportamento estratégico e a estratégia de
formação de preços nas empresas de arquitetura e urbanismo de Cascavel (PR)? A
partir do problema da pesquisa, este estudo tem como objetivo identificar a
tipologia estratégica com base em Miles e Snow (1978)
e as estratégias mais utilizadas na formação do preço de venda para cada
tipologia nas empresas de arquitetura e urbanismo devidamente registradas no
Conselho de Arquitetos e Urbanistas (CAU) de Cascavel (PR).
A linha de pesquisa envolvendo a estratégia e a
profissão base deste estudo é pouco explorada, então esta pesquisa se justifica
por tentar minimizar esse ponto falho, fornecendo dados não só ao profissional
que geralmente tem pouco contato com os estudos administrativos, mas,
principalmente, visando auxiliar o CAU a compreender melhor seus associados,
buscando alternativas que possam beneficiar o setor.
Referencial
Teórico
Estratégia
O conceito de estratégia tem sido abordado por vários
autores ao longo do tempo, variando de uma forma e outra de definição,
aplicação e funcionalidade. Mintzberg e Quinn (2003)
afirmam que estratégia é uma espécie de plano, algum tipo de ação consciente,
um conjunto de diretrizes para poder lidar com algumas situações. Bethlem (2003) relata que estratégia não é um plano fixo,
nem se quer muda de direção de uma hora para outra; isso só acontecerá mediante
decisões. Já Hitt, Ireland
e Hoskisson (2008) relatam que estratégias são
conjuntos de compromissos e ações definidas, com o intuito de explorar
competências essenciais e obter vantagens competitivas. Lobato et al. (2009) afirmam que a estratégia é
um plano, direção ou até mesmo um guia, um caminho a ser seguido com o intuito
de levar a organização do nível atual até ao nível desejado. E, por fim,
Oliveira (2014) afirma que as estratégias são caminhos mais adequados e
eficazes para alcançar os objetivos, metas e desafios estabelecidos, mas é
possível estabelecer estratégias alternativas, facilitando assim as alterações
que poderão ocorrer no decorrer do caminho. Embora conceituada de várias
formas, os autores chegam empiricamente a um consenso de que estratégia é o caminho
por onde a organização trilha seus objetivos e define os meios pelos quais
pretende atingi-los.
Ao implantar efetivamente a estratégia na
organização, algumas orientações são relatadas e evidenciadas por autores para
um melhor desenvolvimento das ações empresariais. Lobato et al. (2009) afirmam que as estratégias devem ser implantadas com
detalhamento dos objetivos, orçamentos, planos organizacionais e programas para
todos os níveis. Já Chiavenato e Sapiro
(2003) destacam que a estratégia deve ser orientada por meio de um objetivo,
mas não só com o público- alvo da empresa, mas com todos os que a integram,
destacando a importância de a estratégia ser formulada e entendida por todos os
membros da organização, pois, como inúmeros obstáculos podem acontecer, as
tomadas de decisões podem moldar o caminho até que se alcance o objetivo
escolhido.
De acordo com Wright, Kroll
e Parnell (2010), a implantação estratégica necessita
de um administrador que considere várias questões importantes, como, por
exemplo, a estruturação da organização, moldando e fornecendo bases
sustentáveis para colocar em prática a sua estratégia, sempre levando em
consideração a visão, cultura e missão. Assim os colaboradores trabalham juntos
com um único objetivo. Seguindo essa mesma visão, Almeida (2003) relata que o
processo de planejamento da estratégia se inicia com o estabelecimento de um
objetivo mais aproximado à realidade da organização. Ao final, esse objetivo
estará com uma visão mais precisa e deve ser compartilhado com todos os
colaboradores, clientes e terceiros. Por fim, reforçando a ideia central, Mintzberg e Quinn (2003) relatam que os objetivos e metas
ditam quando e quais os resultados que precisam ser alcançados, mas, não, como
devem ser conseguidos, por isso a importância de se adotar uma estratégia na
organização.
Quando implantada de forma eficiente, a estratégia
abrange todos os setores da organização. Oliveira (2014) destaca que, em uma
organização, a estratégia é a arte de utilizar de forma adequada os recursos,
sejam eles tecnológicos, físicos, humanos e financeiros, tendo em vista a
minimização de problemas e maximizando assim as oportunidades no ambiente
profissional. Corroborando a ideia, Medeiros (2010) destaca que as estratégias
determinam as necessidades da estrutura organizacional em termos de
qualificações e isso faz com que estabeleçam a estrutura de pessoas, estilo
administrativo, sistemas e alguns valores.
Por fim, na visão de Lobato et al. (2009), a estratégia não deve ser algo restrito no âmbito gerencial
e sim para todos os níveis hierárquicos da organização, podendo assim atingir
todos os objetivos organizacionais. Como relata Almeida (2003), a estratégia te
dá o caminho e o objetivo mostra aonde a empresa quer chegar.
Administração
Estratégica
A administração estratégica é um termo mais amplo e
ocorrem várias interligações e conceitos sobre ela. No entanto, existindo essa
ligação entre a administração e a estratégia, cabe ao gestor a função de
administra-las dentro da organização. Wright, Kroll e
Parnell (2010) relatam que dentro do contexto de
administração estratégica, quem vai ser o executivo ideal do futuro é o líder
e, não, um mero administrador. Seguindo a mesma visão, Lobato et al. (2009) destacam que um líder na
administração estratégica possui uma visão decidida com o intuito de
compartilhar com a equipe, mantendo o controle pessoal; assim pode sempre que
for necessário reformular a sua rota.
Tratando de conceitos e efetividade da administração
estratégica, Chiavenato e Sapiro
(2003) relatam que a administração estratégica serve para maximizar os
resultados e assim minimizar as deficiências, usando os princípios de maior
eficácia, efetividade e eficiência. Para Bethlem
(2003), a administração estratégica consiste na forma como lidar com as
mudanças, sejam elas ambientais, do ramo de negócios e até mesmo de dentro da
organização, pois pensar estrategicamente tornou-se indispensável para alcançar
a competitividade. Para Hitt, Ireland
e Hoskisson (2008), a administração estratégica é um
conjunto de decisões, compromissos e ações necessárias, para que a empresa
atinja seus objetivos e sempre esteja acima da média. E, finalmente, para
Wright, Kroll e Parnell
(2010), a administração estratégica consiste em adaptar a estruturação da
empresa com o ambiente externo. A razão da existência da organização deve ser
definida dentro do contexto dos recursos ambientais e financeiros, com o
propósito de criar riqueza para os proprietários e acionistas da organização e
atender às necessidades e perspectivas dos demais envolvidos.
Alguns estudos sobre administração estratégica, como
o de Rocha e Ceretta (2011), relatam que a escolha da
estratégia mais eficaz depende essencialmente de como a organização tomará
decisões referente a ela. Seguindo esse mesmo pensamento, Ribeiro, Rosseto e Verdinelli (2011)
destacam que a administração estratégica compete com outras áreas vigorosas,
como, por exemplo, economia, finanças, sociologia e até mesmo marketing. É por
esse motivo que existem várias definições do que realmente é a administração
estratégica e até onde ela tem sua efetividade.
Comportamento
Estratégico
O comportamento estratégico de uma organização
estabelece as ações que ela toma diante de problemas de adaptação
organizacional, sendo esses problemas de caráter empreendedor, engenharia
(tecnologia) e administrativo. Miles e Snow (1978)
afirmam que existem quatro tipos de comportamentos estratégicos e que variam a
partir do processo de adaptação de seu ambiente. Tais comportamentos são
denominados como “defensivo”, “prospector”, “analítico” e “reativo”.
No comportamento defensivo, a empresa tem um estreito
domínio entre produto e mercado; os seus executivos são altamente treinados,
mas em uma só especialidade. Com esse foco estreito, raramente a empresa
precisa fazer ajustes na sua estrutura, tecnologia e operações. Seguindo essa
visão, Bott (2006) relata que esse comportamento
estratégico foca seus esforços em um mercado específico, oferecendo assim uma
linha de produtos estreita e com poucos produtos relacionados. Rossetto (2000) também concorda com essa visão, relatando
que a organização de comportamento defensivo possui estreito domínio produto e
mercado.
A organização de comportamento prospector
caracteriza-se pela busca de oportunidades mercadológicas, porém por seu forte
interesse em inovação de produtos e mercados quase nunca é eficaz. Bott (2006) afirma que o comportamento prospector é
caracterizado pela busca elevada de inovação e mercado, sempre estando em busca
de novas pesquisas e desenvolvendo novos produtos. Rossetto
(2000) também concorda e relata que é característico desse comportamento a busca
constante por oportunidades mercadológicas, transformando a sua estrutura
dinâmica, a fim de atender a essas oportunidades.
O comportamento analítico é caracterizado por
organizações que operam com dois tipos de processos – o produto-mercado, um
estável e um em constante movimento. Nas áreas que mais necessitam de atenção,
os executivos buscam observar de perto as estratégias dos concorrentes, para
que, assim, possam obter ideias mais promissoras. Miles e Snow
(1978) identificam essa estratégia como mista entre o defensor e o prospector,
permanecendo no centro dos dois extremos, em que explora novos mercados e
produtos como os prospectores, e mantêm um mercado estável com clientes e
produtos tradicionais, como o defensor. Em outras palavras, Bott
(2006) relata que esse comportamento opera em dois tipos de mercados: um
instável e outro dinâmico.
O último comportamento é o Reativo. Neste, os
executivos percebem as alterações do seu ambiente e as incertezas, mas não são
capazes de dar respostas efetivas. Como não existe relação entre estrutura e
estratégia nessa postura, raramente realizam ajustes, a não ser que sejam
forçados a isso. Bott (2006) considera as
organizações desse comportamento como instáveis, pois, embora percebam mudanças
e incertezas dentro da organização, não tem forças para propor mudanças e
assumir uma postura mais firme diante da adaptação organizacional. Miles e Snow (1978) relatam que os reatores estão em um quadro de
instabilidade quase perpétuo, respondendo de forma inadequada às mudanças
ambientais e apresentando um desempenho fraco e relutante em agir de forma
agressiva no futuro.
Na visão de Rocha e Ceretta
(2011), o processo de formulação de estratégias exige um comportamento
estratégico adequado por parte do gestor da organização. Seguindo esse
pensamento, Ribeiro, Rosseto e Verdinelli
(2011) destacam que, com os estudos sobre o comportamento estratégico, podese compreender a importância desse tema, gerando uma
vantagem competitiva diante das vantagens e ameaças da organização.
Estratégias de
Precificação
A estratégia de precificação é muitas vezes o fator
chave na administração estratégica; é o ponto crucial onde o gestor se vê
diante do desafio de efetividade do seu processo decisório. Hotz,
Gavasso e Lorenzini (2017)
relatam que uma das tarefas importantes dentro de uma organização é a formação
de preço de venda, podendo garantir que ela flua no caminho do sucesso,
conquista de mercado, clientes e reconhecimento. Santos (2009) partilha dessa
ideia e destaca que o fator mais importante para o sucesso ou fracasso do
empreendimento é a formação de preço, já que é por meio dos resultados que se
pode gerar receita para poder suportar os custos e liquidar outras despesas.
Concordando com esse pensamento, Milan et al. (2016)
destaca que o principal fator determinante para a escolha de produtos pelos
consumidores é o preço.
Para a formação do preço de venda, é necessária a
definição de estratégias de precificação. Milan et al. (2016) destacam que as estratégias de precificação são fundamentais
para um posicionamento de mercado adequado. Concordando, Canever
(2008) cita que, para definir a estratégia de precificação dentro de uma
organização, é necessário conhecer os objetivos da organização, como, por
exemplo, a concorrência, os perfis das empresas, as expectativas do mercado e o
ciclo de vida do produto. Para tanto, Cogan (1999)
relata que as estratégias mais comuns de precificação são:
Estratégias de preços distintos – esta aborda o
desconto em um segundo mercado, ou seja, a desova de estoques em um mercado
secundário e da organização com preços reduzidos; aborda também a desnatação em
que o preço é sistematicamente reduzido à medida que o produto que o tempo
passa; e por fim desconto periódico, que são descontos previsíveis e randômico,
que são descontos oferecidos ocasionalmente.
Estratégia de Preços Competitivos – esta abordagem
ocorre em seis modalidades diferentes. Igualdade na estratégia de competição,
buscando manter os valores iguais aos dos competidores, mudando o foco para
outras áreas, como qualidade do produto/serviço; preços abaixo da concorrência
visando a uma melhor rotatividade do estoque; preços seguindo líderes de
mercado; preços baixos para penetração de mercado; preço inflacionário,
usando-se da metodologia de aumento do valor dos produtos/serviços, usando
falsos descontos para atrair compradores; e finalmente preços predatórios, que
são teoricamente estabelecidos pela tradição da organização.
Estratégias de Precificação por Linha de Produtos – a
abordagem utilizada nessa estratégia se resume em precificar determinado
produto/serviço básico a um preço relativamente baixo enquanto
produtos/serviços complementares ao básico são relativamente elevados. Outra
abordagem dessa estratégia é a intenção de preço Isca, fornecendo
produtos/serviços comuns a preços inferiores com a intenção de que o cliente
compre outros de valores mais elevados; e, por fim, o preço pacote, quando uma
unidade sai em um valor mais elevado comparado ao conjunto todo.
Estratégias de Preços por Imagens e Psicológicas –
nesta abordagem estratégica, pode-se utilizar o preço de referência, preço
permanente versus ocasionais e preço prestígio. Na primeira metodologia citada,
busca-se aplicar um preço moderado para uma versão do produto/serviço que será
mostrado próximo a outro de alto preço da mesma marca ou de marca concorrente.
Na segunda, a ideia é a utilização de preços similares como 1,99 em vez de
2,00, dando a impressão de valores mais em conta; e, por último, o preço
prestígio ressalta a qualidade do produto, remetendo a ele altos preços.
Complementando as estratégias de Cogan
(1999), Bruni e Famá (2010) acreditam que determinar
o preço de venda aborda muitos fatores. Alguns dos principais fatores para a
formação de preço é a capacidade de pagamento do consumidor, demanda do produto
ou serviço, custos e despesas, ganhos ou perdas para gerir os produtos ou
serviços e até mesmo a demanda esperada de venda. Para Cararo
e Wille (2006), estabelecer um preço equilibrado
deve-se levar em consideração três fatores: clientes, concorrência e pelo valor
percebido
pelos clientes. Concluindo
o pensamento, Milan et al. (2016) afirmam que as decisões de
preço das organizações são influenciadas por diversos fatores, que podem variar
desde os objetivos do marketing até os fatores ambientais externos, que incluem
a natureza do mercado, a demanda e a concorrência.
Metodologia
Este artigo se enquadra quanto aos objetivos como
pesquisa descritiva. Pereira (2012) destaca que a pesquisa descritiva tem o
objetivo de descrever as características de uma determinada população ou
amostra, podendo envolver algumas técnicas de coleta de dados, assumindo assim
uma forma de levantamento de dados. Rampazzo (2005)
afirma que esse tipo de pesquisa relaciona, observa, analisa, registra e
correlacionam fenômenos ou fatos variáveis, sem fazer alteração nos resultados.
Em relação aos procedimentos enquadra-se como levantamento do tipo survey, e quanto à abordagem do problema, qualitativa.
Richardson (1989, p. 90) relata que “a pesquisa qualitativa pode ser
caracterizada como a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e
características situacionais”. Lopes (2006) ressalta que o questionário é
utilizado em pesquisas de campo, dando apoio ao pesquisador na coleta de dados;
necessariamente precisa ser claro e objetivo, facilitando assim a sua
interpretação.
Os dados foram coletados por meio de questionário
aplicado de forma on-line pela
plataforma Google Formulários. O
questionário é composto de 22 perguntas de múltipla escolha, separadas em três
blocos, sendo o primeiro bloco com 11 questões sobre o comportamento
estratégico da empresa; o segundo bloco com seis questões sobre estratégia de
precificação; e o terceiro bloco sobre o perfil da empresa e do respondente. O
questionário teve como público 126 empresas de arquitetura e urbanismo
inscritas e registradas no Conselho de Arquitetos e Urbanistas (CAU) de
Cascavel (PR). Destas o contato via e-mail foi estabelecido com apenas 83
empresas, sendo as demais identificadas com cadastro inativo. O período de
aplicação do questionário ocorreu do primeiro ao último dia de março de 2018,
retornando 34 formulários, correspondendo a 40,96% da amostra contatada.
O primeiro bloco de questões consistia em identificar
o comportamento estratégico das empresas, de acordo com as tipologias de Miles
e Snow (1978). O questionário foi adaptado de Conant, Mokwa e Varadarajan (1990), sendo utilizado o mesmo critério de
classificação das organizações, conforme o tipo estratégico, que depende da
quantidade de respostas dada a cada tipologia. O maior número de respostas
representa a tipologia estratégica da organização, caso ocorresse empate. O
critério é que entre o comportamento estratégico defensivo, prospector e/ou
analista, a organização será classificada como analista, enquanto que, se o
empate envolver o comportamento reativo, será classificado como reativo.
O segundo bloco de questões consistia em identificar
a estratégia de precificação adotada pela organização, identificando
primeiramente se existe algum controle de custos e, posteriormente, qual
estratégia de precificação da organização. O questionário foi elaborado pelos
autores e validado no mês de fevereiro do ano corrente. A pesquisa com três
empresas de arquitetura e urbanismo estabelecidas em três cidades vizinhas à
cidade da pesquisa, validação essa que ocorreu por meio do formulário
eletrônico e contato telefônico, ajustando assim pequenas inconsistências no
questionário, não sendo necessária posteriormente uma validação em grande
escala.
O terceiro e último banco de questões tinha o
objetivo de identificação do perfil do respondente e das
empresas da amostra.
Apresentação e
Análise dos Resultados
Com o objetivo identificar a tipologia estratégica
com base em Miles e Snow (1978) e as estratégias mais
utilizadas na formação do preço de venda para cada tipologia nas empresas de
arquitetura e urbanismo localizadas de Cascavel (PR), fez-se necessária a
separação dos dados em três seções, sendo a primeira o perfil dos respondentes,
a segunda, perfil das empresas e a terceira e última, em estratégias de
precificação.
Perfil dos
Respondentes
Nas tabelas 1 e 2, é apresentado o perfil dos 34
respondentes da pesquisa, sendo os eixos dessa identificação o sexo, faixa
etária e escolaridade. Na amostra 19, respondentes são do sexo feminino,
enquanto 15 são do sexo masculino, sendo um percentual de 56% e 44%,
respectivamente. Em sua maioria são pessoas de 26 a 35 anos, representando 50%
da amostra conforme apresentado na Tabela 1.
Tabela 1 - Perfil dos respondentes
(Faixa etária)
Faixa
Etária |
Frequência |
Frequência
Relativa |
De 19 a 25 anos |
07 |
21% |
De 26 a 35 anos |
17 |
50% |
De 36 a 45 anos |
07 |
21% |
De 46 a 55 anos |
03 |
8% |
Total |
34 |
100% |
Fonte: dados da pesquisa
(2018)
Apesar de a maioria dos respondentes terem entre 26 e
35 anos, pode-se ressaltar que os respondentes mais jovens, representam 21% da
amostra e os respondentes entre 36 a 45 anos também representam 21% da amostra.
Após a pergunta sobre a faixa etária, foi solicitada aos respondentes a sua
escolaridade, e os resultados são apresentados na Tabela 2.
Tabela 2 - Perfil dos respondentes
(Escolaridade)
Escolaridade |
Frequência |
Frequência
Relativa |
Superior Completo |
20 |
59% |
Pós-Graduação |
12 |
35% |
Mestrado |
02 |
6% |
Total |
34 |
100% |
Fonte: dados da pesquisa
(2018)
Em sua maioria, os respondentes possuem apenas o
ensino superior completo, sendo 59% de toda a amostra, enquanto os outros 41%
são distribuídos em 35% para pósgraduação concluída e
6% com o título de mestres.
Perfil das
Empresas
Dada a necessidade de visualizar sobre o
comportamento estratégico predominante na amostra dessa pesquisa, elaborou-se a
Tabela 3, em que se demonstra a frequência identificada de cada comportamento.
Tabela 3 - Frequência do
comportamento estratégico
Comportamento
Estratégico |
Frequência |
Frequência
Relativa |
Defensor |
06 |
18% |
Prospector |
10 |
29% |
Analista |
12 |
35% |
Reativo |
06 |
18% |
Total |
34 |
100% |
Fonte: dados da pesquisa
(2018)
Observa-se que, da amostra, 35% das empresas de
arquitetura e urbanismo da cidade de Cascavel (PR) possuem o comportamento
estratégico analista. Em segundo lugar, com 29% da amostra, as empresas prospectoras e, por fim, com 18% cada o comportamento
defensivo e reativo. Outros estudos, como o de Gimenez et al. (1999), fizeram a aplicação do modelo de Miles e Snow em 107 empresas de oito ramos de atividades
diferentes, em que foram identificadas 48 empresas sendo analíticas; 16
empresas são defensivas; 24 empresas prospectoras, e
reativa foram identificadas 19 empresas. Já no estudo de Ribeiro, Rosseto e Verdinelli (2011),
aplicando o modelo de Miles e Snow em empresas do
comércio varejista de materiais de construção, obtiveram uma amostra de 70
empresas, sendo 24 identificadas como defensoras, 19 como reativas, 14 como
analisadoras e 13 como prospectoras.
A fim de ser mais preciso sobre o perfil das
organizações participantes da pesquisa, na Tabela 4 é demonstrada a frequência
em relação ao porte e na Tabela 5 em relação ao tempo de atuação das empresas
conforme o comportamento estratégico.
Tabela 4 - Porte da Organização
Frequência |
Micro |
Pequena |
Média |
Total |
Defensor |
4 |
2 |
- |
6 |
Prospector |
7 |
2 |
1 |
10 |
Analista |
7 |
4 |
1 |
12 |
Reativo |
3 |
3 |
- |
6 |
Fonte: dados da pesquisa
(2018)
Em sua maioria 61,76% das organizações definiram o
seu porte como “microempresa” em todos os comportamentos estratégicos, sendo os
com maior frequência desse porte de empresa os comportamentos prospector e
analista. Vale ressaltar que, embora estivesse presente, nenhuma das
organizações marcou a opção de grande empresa.
A Tabela 5 demonstra o porte da empresa de acordo com
o comportamento estratégico identificado. Com 50% da amostra, as empresas
pesquisadas têm até 5 anos de atuação, enquanto 17,64% são de 6 a 10 anos e
32,35% são empresas que comparadas as outras da pesquisa são mais consolidadas
no mercado com mais de 10 anos de atuação.
Tabela 5 - Tempo de atuação
Frequência |
Até 5
anos |
De 6 a
10 anos |
Acima
de 10 anos |
Total |
Defensor |
4 |
- |
2 |
6 |
Prospector |
3 |
3 |
4 |
10 |
Analista |
7 |
2 |
3 |
12 |
Reativo |
3 |
1 |
2 |
6 |
Fonte: dados da pesquisa
(2018)
Estratégias de
Precificação
Partindo do comportamento estratégico, o estudo foi
direcionado às estratégias de precificação utilizadas pelas empresas de
arquitetura e urbanismo na venda de seus produtos/serviços. Aproveitando a
oportunidade de estudo, estas já foram questionadas sobre o fator de sucesso em
uma organização (Tabela 6).
Tabela 6 - Fator que a organização considera
como o principal para o sucesso empresarial
Frequência |
Defensor |
Prospector |
Analista |
Reativo |
Total |
Preços Justos |
1 |
1 |
2 |
1 |
5 |
Custos Baixos |
- |
- |
1 |
- |
1 |
Qualidade |
4 |
7 |
8 |
4 |
23 |
Tempo de Entrega |
1 |
- |
- |
- |
1 |
Inovação |
- |
2 |
1 |
1 |
4 |
Total |
6 |
10 |
12 |
6 |
34 |
Fonte: dados da pesquisa
(2018)
Relacionando o fator de sucesso empresarial com as
tipologias do comportamento estratégico, as empresas que foram identificadas
com o perfil defensor, em sua maioria com 66,67%, acreditam que o fator de
sucesso da organização está na qualidade do serviço/produto oferecido,
corroborando as características relatadas por Miles e Snow
(1978). Já as empresas com o perfil prospector relataram, em sua maioria com
70% da amostra, que o fator de sucesso da organização também é a qualidade.
Neste caso, retornou uma característica diferente da relatada por Miles e Snow (1978) de que relacionaram inovação com o perfil
prospector. Sendo o perfil analista um intermediário entre o perfil defensor e
prospector e também a maior frequência da amostra, estes identificaram também
como fator de sucesso a qualidade do produto/serviço, seguidas pelas empresas
identificadas com o perfil reativo. De acordo com a frequência identificada,
pode-se identificar como característica das empresas de arquitetura de Cascavel
(PR), independente de seu comportamento estratégico, que a qualidade do
serviço/produto é considerada um fator para o sucesso empresarial. (Tabela 7).
Tabela 7 - Metodologia mais usual da
organização na formação do preço de venda
Frequência |
Defensor |
Prospector |
Analista |
Reativo |
Total |
Baseado no custo do
produto/serviço. |
2 |
5 |
8 |
1 |
16 |
Baseado no que o mercado
paga por esse produto/serviço. |
- |
- |
1 |
3 |
4 |
Baseado na Concorrência. |
1 |
- |
- |
- |
1 |
Baseado em referências
de órgãos reguladores. |
1 |
- |
- |
1 |
2 |
Baseado nos gastos
totais da organização. |
- |
3 |
- |
- |
3 |
Baseado em
características (tipo, tamanho, peso) do produto/serviço. |
2 |
2 |
3 |
1 |
8 |
Total |
6 |
10 |
12 |
6 |
34 |
Fonte: dados da pesquisa
(2018)
Em relação à metodologia mais usual da organização na
formação do preço de venda, nos comportamentos com exceção do reativo, a
maioria foi a formação baseada no custo do produto/serviço. Vale aqui
evidenciar alguns pontos semelhantes às características do perfil prospector e
analista. De acordo com Miles e Snow (1978), o perfil
de empresas prospectoras é estarem sempre antenadas a
novas ideias, não se importando muito com o planejamento. Desde que seja algo
novo, essas empresas têm tendência a se arriscar, chegando a ter valores altos
sobre serviço ou produto ao alocá-lo no mercado devido aos gastos de
implantação e risco corrido, o que corrobora a pesquisa, apresentando 80% da
preocupação com custos e gastos totais da organização. Já o perfil analista, de
acordo com Miles e Snow (1978), é o de empresas que
pensam bem antes de se arriscar a novos produtos e serviços; preferem investir
naquilo que tem dado certo no mercado, corroborando assim a pesquisa realizada.
Aproximadamente 67% das empresas identificadas com esse perfil buscam as bases
no custo do produto/serviço; e 25% se baseia em características do produto para
a formação do preço de venda. Além da metodologia, também foi questionado às
organizações os fatos que mais afetam a formação do preço de venda. A Tabela 8
traz a frequência das respostas.
Tabela 8 - Fator que mais afeta a
formação do preço de venda na organização?
Frequência |
Defensor |
Prospector |
Analista |
Reativo |
Total |
Atingir o retorno
desejado. |
- |
1 |
2 |
2 |
5 |
Sensibilidade do
consumidor ao preço. |
2 |
1 |
- |
1 |
4 |
Custos fixos e variáveis |
- |
- |
1 |
1 |
2 |
Tipo do serviço/produto |
3 |
8 |
4 |
1 |
16 |
Tempo destinado ao
desenvolvimento do produto/serviço |
1 |
- |
5 |
1 |
7 |
Total |
6 |
10 |
12 |
6 |
34 |
Fonte: dados da pesquisa
(2018)
Partindo do princípio que são empresas que trabalham,
em sua maioria, por pedidos onde atendem especificações do cliente, o tipo do
serviço e o tempo destinado àquela atividade acabam sendo fatores relevantes
para uma organização elaborar o preço de venda. Do total de respondentes,
independente do comportamento estratégico, foram 47,05% que têm como fator
determinante o tipo do serviço, seguido por 20,28% dos que consideram o tempo
destinado ao desenvolvimento do produto/serviço o fator determinante. Chama a
atenção na frequência apresentada a convicção das empresas prospectoras
com 80% da amostra, afirmando ser o tipo do serviço/produto o fator que mais
afeta a formação do preço de venda. Realizados os questionamentos iniciais
sobre fatores e metodologias na precificação, foi questionado sobre a
estratégia de precificação mais adotada pela organização, a qual é apresentada
na Tabela 9.
Tabela 9
- Estratégia de precificação mais adotada pela organização
Frequência |
Defensor |
Prospector |
Analista |
Reativo |
Total |
Estratégias
de Preços Distintos |
|||||
Preços diferenciados
para mercados diferentes |
2 |
1 |
2 |
- |
5 |
Preços com descontos
ocasionais |
3 |
3 |
2 |
1 |
9 |
Estratégias
de Preços Competitivos |
|||||
Preços Igualados a
concorrência |
- |
- |
- |
2 |
2 |
Preços Competitivos |
- |
3 |
4 |
2 |
9 |
Estratégias
de Precificação por Linha de Produtos |
|||||
Preço Cativo |
|
1 |
1 |
1 |
3 |
Preço Pacote |
1 |
- |
1 |
- |
2 |
Estratégia
por Imagem e Psicológicas |
|||||
Preço Referência |
- |
2 |
- |
- |
2 |
Preço Permanente x
ocasionais |
- |
- |
2 |
- |
2 |
Total |
6 |
10 |
12 |
6 |
34 |
Fonte: dados da pesquisa
(2018)
Ao relacionar os estudos de estratégia de
precificação de Cogan (1999) como as tipologias
estratégicas de Miles e Snow (1978), verifica-se a
complementação e confirmação de características de cada comportamento
estratégico. Ao observar a frequência das empresas do comportamento defensor,
notam-se as características próprias do comportamento. Com a utilização da
estratégia de preços distintos na utilização de preços diferenciados para
mercados diferentes e descontos ocasionais, no perfil Prospector, embora tenha
suas frequências dispersas, as estratégias de preços distintos, com 30% da
amostra em descontos ocasionais, as estratégias de competição com 30% da
amostra em preços competitivos e as estratégias de preços por imagem com 20% da
amostra só vêm afirmando a característica apresentada por Miles e Snow (1978), mostrando a sede de mercado e a capacidade de
se habituar a situações novas. Já o perfil analista tem aproximadamente 33%
ligados à estratégia de preços competitivos, sendo essas organizações que
buscam o que está dando certo no mercado e que replicam ganhando o seu espaço.
Essa pesquisa corrobora as características do perfil, não só nessa estratégia
de precificação, mas como na estratégia de preços distintos com preços
diferenciados e descontos ocasionais, além de estratégias de preços por imagem
com preços permanente versus
ocasionais. Pelo fato de este perfil ter em sua essência a mistura do
comportamento defensivo e prospector, essas estratégias de precificação complementam
as características do perfil.
E, por fim, o comportamento reativo apresenta boa
parte dos respondentes na estratégia de preços competitivos, abordando
principalmente preços igualados à concorrência e preços competitivos. Miles e Snow (1978) relatam que esse comportamento é residual, em
que não se tem uma estratégia bem definida ou até mesmo uma estratégia que não
vem funcionando; ou ainda é uma estratégia recente, o que proporciona empresas
que lutam para estar no mercado até que uma estratégia funcione ou sua nova
estratégia gere frutos que possam alavancar seus resultados. Sendo assim a
pesquisa corrobora as características por não apresentar em sua maioria
estratégias de precificação diferentes.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
A pesquisa teve como objetivo identificar a tipologia
estratégica com base em Miles e Snow (1978) e as
estratégias mais utilizadas na formação do preço de venda para cada tipologia
nas empresas de arquitetura e urbanismo localizadas em Cascavel (PR)
devidamente registradas no Conselho de Arquitetos e Urbanistas (CAU). Com base
nos resultados analisados, foi possível identificar que mais da metade dos
entrevistados possuem perfis com idade de até 35 anos e possuem ensino
superior. Já no que se refere aos perfis estratégicos, os mais predominantes
são os perfis analíticos e os prospetores, abrangendo
mais da metade das empresas entrevistadas, sendo que o tempo de atuação no
mercado a maioria das empresas respondentes estão no mercado menos de cinco
anos.
No que se refere a estratégias de formação de preço,
evidenciou-se que a metodologia mais utilizada
são o custo dos
produtos/serviços e as suas características. O fator que as organizações mais
levam em consideração para a formação do preço de venda é a qualidade. Os
resultados da pesquisa agregam informações importantes para as empresas do
ramo, podendo identificar seus perfis de comportamento, colaborando assim com
seu progresso, bem como as estratégias de formação de preço de venda, tendo em
vista que foram realizados poucos estudos sobre esse tema em empresas de
arquitetura e urbanismo. Este estudo se aplica somente às empresas de
arquitetura e urbanismo da cidade de Cascavel (PR), podendo chegar a resultados
diferentes, caso seja replicada nas mesmas situações e até em empresas de outro
ramo de atividade.
Por fim, pode-se observar que a presente pesquisa tem
relevância para a área de Ciências Contábeis e afins, pois, além disso, até o
momento, não há estudos consolidados sobre o tema. Foi possível evidenciar ao
profissional contador as lacunas existentes no mercado, onde ele pode exercer
sua atividade com maestria, não só gerando informações significativas, mas
auxiliando as organizações do ramo nas escolhas estratégicas a serem adotadas.
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WRIGHT, Peter; KROLL, Mark J.; PARNELL, John; Administração estratégica: conceitos.
1ed. São Paulo: Atlas, 2010.
Apêndice
Prezado (a) Senhor (a),
Com o objetivo de coletar dados para a realização de
uma pesquisa sobre as tipologias do comportamento estratégico e formação do
preço de venda nas empresas de arquitetura e urbanismo registradas no CAU/PR de
Cascavel-PR, solicitamos a sua colaboração, respondendo ao questionário abaixo.
Essa pesquisa é composta por 22 questões e demandará
apenas alguns minutos. As respostas serão tratadas de forma agregada e o sigilo
dos dados é garantido. Agradecemos a sua disponibilidade para realizar esta
pesquisa. Em caso de dúvidas não hesite em contatar-nos. Sabrina Denardi (sabrina_denardi@hotmail.com) acadêmica de
pós-graduação em Gestão Estratégica (UNIVEL) e Lucas Précoma
Lorenzini (lplorenzini@gmail.com), professor
orientador especialista em gestão estratégica de custos.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
TERMO DE
CESSÃO DE DIREITOS E DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Ao responder este questionário, você estará
concordando com os seguintes termos da pesquisa:
- Compreendo que este estudo possui finalidade de
pesquisa e que os dados obtidos serão divulgados seguindo as diretrizes éticas
da pesquisa, com a preservação do anonimato dos participantes, assegurando,
assim, minha privacidade.
- Cedo todos os direitos autorais, desde que os
dados pessoais sejam mantidos em sigilo, ao Centro de Pesquisa e Extensão (CPE)
do Centro Universitário Univel.
COMPORTAMENTO
ESTRATÉGICO
As afirmações abaixo se referem ao Comportamento
Estratégico da empresa, responda as questões de acordo com a estratégia usual
ou a mais aproximada das ações reais da empresa.
1) Os serviços
e produtos oferecidos aos nossos clientes são melhores caracterizados como:
São mais inovadores e estão constantemente
mudando e ampliando sua área de aplicação.
Alguns são bastante estáveis no mercado
enquanto outros são inovadores.
São bem focados, relativamente estáveis e bem
definidos na organização e no mercado.
Estão em estado de transição e são baseados em
respostas a oportunidades ou ameaças do mercado ou ambiente.
2) Nossa
empresa tem uma imagem no mercado de uma organização que:
Oferece poucos produtos/serviços, porém
seletivos e de alta qualidade.
Adota novas ideias e inovações, mas somente
após análise cuidadosa.
Reage às oportunidades ou ameaças de mercado
para manter e reforçar nossa posição.
Tem reputação de ser inovadora e criativa.
3) O tempo
investido pela empresa para monitorar as mudanças e tendências no mercado pode
ser melhor descrito como sendo: *
Extenso, a empresa está constantemente
monitorando o mercado.
Mínimo, a empresa realmente não passa muito
tempo monitorando o mercado.
Médio, a empresa gasta algum tempo monitorando
o mercado.
Esporádico, às vezes a empresa gasta um bom
tempo e outras vezes ela gasta pouco tempo monitorando o mercado.
4) O
crescimento ou diminuição de nossa demanda é devido muito provavelmente à:
Nossa prática de nos concentrarmos no
desenvolvimento dos mercados que já servimos.
Nossa prática de respondermos às pressões do
mercado, correndo poucos riscos.
Nossa prática de entrar agressivamente em
novos mercados com novos tipos de serviços/produtos.
Nossa prática de nos aprofundarmos nos
mercados que já servimos, enquanto adotamos novos serviços/produtos somente
após uma análise cuidadosa do seu potencial.
5) Uma das
metas mais importantes da empresa é a dedicação e compromisso em:
Manter os custos sob controle.
Analisar cuidadosamente nossos custos e
receitas para manter os custos sob controle, seletivamente gerar novos
serviços/produtos e entrar em novos mercados.
Garantir que pessoas, recursos e equipamentos
necessários para desenvolver novos serviços/produtos e novos mercados estejam
disponíveis e acessíveis.
Resguardar a empresa contra ameaças críticas
adotando as ações que sejam necessárias.
6) As
competências e habilidades que os funcionários da empresa possuem podem ser
melhor caracterizadas como:
Analíticas: suas habilidades os capacitam a
identificar tendências e a desenvolver novos serviços/produtos e novos
mercados.
Especializadas: suas habilidades são
concentradas em poucas áreas específicas.
Amplas e empreendedoras: suas habilidades são
diversas, flexíveis e os habilitam a mudar de forma criativa.
Flexível: suas habilidades estão relacionadas
com as demandas de curto prazo do mercado.
7) Uma das
coisas que protege nossa empresa de outros concorrentes é que nós
Somos capazes de cuidadosamente analisar
tendências emergentes e adotar aquelas que têm potencial
comprovado.
Somos capazes de fazer um número limitado de
coisas excepcionalmente bem.
Somos capazes de responder a novas tendências
mesmo que, quando elas surgem, possuam apenas um potencial moderado.
Somos capazes de desenvolver novos
serviços/produtos e novos mercados de maneira consistente.
8) O
gerenciamento da empresa tende a concentrar-se em:
Manter uma situação segura por meio de medidas
de controle de custos de qualidade.
Analisar oportunidades no mercado e escolher
apenas aquelas que apresentam potencial, e, ao mesmo tempo, manter a situação
financeira protegida.
Atividades ou negócios que mais necessitam de
atenção em vista das oportunidades ou problemas que estão sendo enfrentados.
Desenvolver novos serviços ou se expandir para
novos mercados ou novos segmentos de mercado.
9) A
organização se prepara para o futuro da seguinte forma:
Identificando as melhores soluções possíveis
para aqueles problemas ou desafios que requerem atenção imediata.
Identificando tendências e oportunidades no
mercado que possam resultar na criação de serviços ou produtos inovadores no
ramo de negócio da empresa ou possam atender a novos mercados.
Identificando aqueles problemas que, se
resolvidos, irão manter e melhorar nossos serviços ou produtos e nossa posição
de mercado.
Identificando as tendências de negócios cujo
potencial a longo prazo já foi demonstrado por outras empresas e podem ajudar a
resolver os problemas relativos aos produtos/serviços de nossa empresa.
10) A
estrutura de nossa empresa é:
Funcional por natureza (isto é, organizada em
departamentos).
Orientada pelo serviço/produto ou pelo
mercado.
Essencialmente funcional, porém possui também
uma estrutura orientada para serviços ou mercados nas áreas que são mais novas.
Continuamente mudando para permitir um melhor
aproveitamento das oportunidades ou resolver problemas assim que eles surgem
11) Os
procedimentos que a Organização usa para avaliar seu desempenho são mais bem
descritos
como:
Descentralizados e participativos, encorajando
todos os membros da organização a se envolverem.
Orientados para solicitações de relatórios que
exigem atenção imediata.
Centralizados e basicamente de
responsabilidade da alta gerência.
Centralizados em áreas de serviços/produtos
mais estáveis, e mais participativos em áreas mais novas ou emergentes.
FORMAÇÃO DO
PREÇO DE VENDA DOS PRODUTOS/ SERVIÇOS
Nessa seção de perguntas é abordado como ocorre a
formação do preço de venda na empresa, responda de acordo com as ocorrências ou
a afirmação que mais se aproxima do método utilizado pela organização.
1) Qual destes
fatores a organização considera como o principal para o sucesso empresarial?
Preços Justos
Custos Baixos
Qualidade do serviço/produto
Tempo de entrega
Inovação
2) A empresa
se utiliza de um método de custeio ou técnica auxiliar para apuração dos custos
do serviço ou produto?
Sim
Não
3) Se na
resposta anterior foi sim, qual desses métodos a empresa utiliza?
Custeio por Absorção
Custeio Absorção por Departamentalização
Custeio Baseado em Atividades (ABC)
Custeio Variável (Custeio Direto)
Custo Padrão
Outro:
4) Qual a
metodologia mais usual da organização na formação do preço de venda?
Baseado no custo do produto/serviço.
Baseado no que o mercado paga por esse
produto/serviço.
Baseado na Concorrência.
Baseado em referências de órgãos reguladores.
Baseado nos gastos totais da organização.
Baseado em características (tipo, tamanho,
peso) do produto/serviço
Outro:
5) Quais desses fatores mais afeta a formação do preço de venda na
organização?
Atingir o retorno desejado.
Sensibilidade do consumidor ao preço.
Custos fixos e variáveis
Tipo do serviço/produto
Tempo destinado ao desenvolvimento do
produto/serviço
6) A
estratégia de precificação mais adotada pela organização é:
Preços diferenciados para mercados diferentes
Preço de Desnatação (O preço é
sistematicamente reduzido à medida que o tempo passa)
Preços com descontos ocasionais ou em virtude
de novas oportunidades
Preços Igualados a concorrência
Preços Competitivos
Preço Líder de mercado
Preço de penetração de mercado
Preços por Tradição
Preço Inflacionário
Preço Cativo (Produto/Serviço básico = preço
relativamente baixo; Produtos/Serviços complementares = preços elevados
Preço Isca e Preço Líder
Preço pacote e múltiplas unidades de preço
Preço Referência
Preço Permanente x ocasionais
Preço Prestígio (depende da imagem de como é
visto o produto)
PERFIL DA
EMPRESA E DO RESPONDENTE
Nessa seção são questões para identificar as suas
qualificações e a da empresa.
1) Qual o seu
sexo?
Masculino
Feminino
2) Qual a sua
escolaridade?
Superior Completo
Pós-Graduação
Mestrado
Doutorado
3) Qual sua
faixa etária?
Até 18 anos
De 19 a 25 anos
De 26 a 35 anos
De 36 a 45 anos
De 46 a 55 anos
Acima de 55 anos
4) Com relação
ao porte, sua empresa é...
Micro
Pequena
Média
Grande
5) Há quanto
tempo a sua empresa está no mercado?
Até 5 anos
De 6 a 10 anos
Acima de 10 anos
*
Graduada em Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos; MBA executivo em
Estratégias Empresariais e graduanda do último ano do
curso de bacharelado em Ciências Contábeis pelo Centro Universitário Univel.
**
Graduado em Ciências Contábeis pelo Centro Universitário Univel,
é especialista em docência no ensino superior pelo Centro Universitário Fag e em Gestão Estratégica de Custos pelo Centro
Universitário Uninter. Mestrando em Contabilidade
pela Unioeste Campus Cascavel, cidade onde reside
atualmente, teve atuação profissional por nove anos como gestor Financeiro e de
Custos. Há cinco anos atua como professor universitário, ministrando
principalmente as disciplinas Contabilidade de Custos e Matemática Financeira
para os acadêmicos de bacharelado e tecnólogos.
BOIR6189---WIN/INTER
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